quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Ponto de Equilíbrio, a relação Custo-Volume-Lucro
e Margem de Contribuição




Cris Barata
Daniel Monteiro
Lucas Santana
Thomas Santana




Resumo
A Contabilidade de Custos é uma forma de analisar e solucionar problemas em relação à mensuração monetária de estoques e do resultado. Mas com o crescimento das empresas, observou-se que a Contabilidade de Custos pode auxiliar, não apenas Contadores, Auditores e Fiscais, mas também Administradores de maneira bastante eficaz no gerenciamento de uma organização.
O objetivo deste trabalho é apresentar alguns instrumentos da Contabilidade de Custos, que são Ponto de Equilíbrio, Margem de Contribuição e relação Custo-Volume-Lucro, abordando seus conceitos, a relação entre eles e demonstrando a importância de sua utilização para auxiliar na gestão de uma organização. Durante a pesquisa, essa relação foi considerada de forma generalizada, mas também dando exemplos reais de algumas empresas que adotaram esses sistemas, podendo assim concluir a necessidade das empresas de utilizarem esses métodos.

Palavras-chave: Ponto de Equilíbrio, Margem de Contribuição, Custo, Volume, Lucro.




Abstract
The accounting of costs is a way to analyze and solve problems regarding the measurement of monetary stocks and the outcome. But with business growth, it was noted that the accounting of costs can help, not only accountants, auditors and controllers, but also administrators rather effective in managing an organization.
The aim of this paper is to present some means of accounting costs, which are Balance Point, Contribution Margin and Cost-Volume-Proft, approaching its concepts, the relationship between them and demonstrating the importance of its use to assist in the management of an organization. During the search, this relationship was seen across the board, but also giving some real examples of companies that have adopted such systems, thus concluding the need for companies to use such methods.

Keywords: Balance Point, Contribution Margin, Proft, Cost, Volume





1. Introdução

A contabilidade é uma ciência que tem como finalidade controlar o patrimônio das entidades econômico-administrativas, apurar o resultado das atividades da mesma e prestar informações às pessoas que queiram se interar da situação patrimonial e do desempenho dessas entidades. A Contabilidade pode, portanto, ter duas funções: a função econômica, que é a apuração do resultado; e a função administrativa, que é o controle do patrimônio, onde essas duas funções têm um mesmo objetivo que é prestar informações.
No caso da Contabilidade de Custos, ela tem uma função financeira com finalidade de avaliação de estoques, podendo resolver problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado. Porem, com o passar do tempo e com o grande crescimento das empresas, aumento da competitividade, avanços tecnológicos, etc., foi-se notando que a Contabilidade de Custos apresenta uma forma de auxilio no gerenciamento de uma organização. Daí surgiu a Contabilidade Gerencial, que tem como suas duas funções relevantes o auxilio no controle e a ajuda para tomada de decisões.
Para um melhor entendimento, pode-se comparar a Contabilidade Financeira com a Gerencial. A primeira é preparada conforme os princípios fundamentais da contabilidade e é usada para informar a situação da organização para pessoas “de fora” ou externas como acionistas, credores, o governo, etc. Já a Contabilidade Gerencial é preparada de acordo com as necessidades gerenciais da empresa e é usada para dirigir operações atuais, planejar operações futuras e desenvolver estratégias de negócios integradas.
Como já foi dito anteriormente, nos tempos atuais as empresas ficaram mais competitivas, e quem quer ter uma gestão participativa e que busca pela excelência empresarial, precisa que o administrador faça um bom gerenciamento de seus recursos e saiba medir os resultados de maneira eficiente, e este é o papel da Contabilidade de Custos na função gerencial.
Com o objetivo de demonstrar os conceitos e vantagens da Contabilidade de Custos gerencial, vão ser abordados instrumentos (Ponto de Equilíbrio, Margem de Contribuição e Relação Custo-Volume-Lucro), que podem ser utilizados pelos administradores para se obter informações necessárias, podendo assim estabelecer padrões, orçamentos e previsões, a fim de auxiliar na sua gestão, tendo um maior controle e mais precisão e rapidez nas tomadas de decisões importantes.


2. Relação entre Custo, Volume e Lucro

2.1.Custo

Valor dos bens ou serviços consumidos ou aplicados em um espaço de tempo definido para produzir outros bens ou serviços num determinado período. Todas as empresas, independentemente (da área de atuação (comércio, indústria ou serviços), possuem gastos. Estes gastos se subdividem genericamente em custos , despesas variáveis e despesas fixas.
Gastos relativos à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.
A definição mais generalizada de custo é a que o relaciona com “sacrifícios”, que segundo Atkinson (1995; p.90)

“Custo é o sacrifício a ser feito quando se produz ou se adquire algo. A natureza do sacrifício pode ser tangível ou intangível, objetiva ou subjetiva, e pode ter uma ou mais de muitas formas tais como dinheiro, bens, tempo dispendido, renda, segurança, prestígio, poder ou prazer. Em sentido estrito financeiro, custo é a tradução monetária dos sacrifícios necessários consumidos na produção e distribuição de bens e serviços.”





Custos Fixos
São os que se mantêm constantes independente se a empresa esteja parada ou produzindo a nível máximo de sua capacidade. Exemplos típicos: Aluguel. Serviços públicos, seguros, serviços de contabilidade, etc.

Custos variáveis
São aqueles que aumentam ou diminuem proporcionalmente ao nível de atividade da empresa. Exemplos típicos: matérias primas e materiais (na industria), custo de mercadorias adquiridas (empresas comerciais) e impostos sobre faturamento (empresas de prestação de serviços)

Custo Direto
Cada centro de custo integrante de uma unidade necessita, para seu adequado desempenho, de pessoal e material de consumo, alem de incorrer em outras despesas que lhe são claramente atribuíveis para atingir os fins que lhe são próprios. essas despesas constituem o custo direto do centro de custos considerado.

Custo Indireto
Para que um centro de Custos desempenhe suas atividades próprias não são apenas suficientes seus recursos específicos, faz-se necessário também obter o apoio de outros setores da instituição. Neste sentido, parte do custo destes setores de apoio será transferida para os centros de custo que deles se utilizem. o custo que exprime esta utilização e chamado de custo indireto.

Custo Total
É aquele valor que exprime a soma do custo direto e indireto, incorrido por um determinado centro de custo para desenvolver as atividades que lhe são próprias.

Custos Operacionais
Inclui a soma das despesas administrativas e das despesas com vendas. As despesas administrativas refletem todos os gastos incorridos pela área administrativa da empresa (pessoal, manutenção, depreciação de máquinas, etc.), enquanto as despesas com vendas refletem a todos os gastos com a equipe de vendas (salários, comissões, fretes, propaganda, etc.). Mais uma vez, estes gastos devem ser expressos por unidade produzida. O custo de produção total, que permite obter o custo de produção médio para cada litro produzido, engloba os custos fixos e variáveis calculados anteriormente. Os custos unitários são importantes para se fazer comparações diretas com os preços de vendas.

Formação de Preço
O preço de venda de um produto ou serviço nada mais é do que a soma de duas parcelas: custo de aquisição e lucro desejado; ou, em formato matemático:

Preço de Venda = Custo + Lucro

Custo das Mercadorias Vendidas – CMV
A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período.
Custo da mercadoria: é o preço unitário de compra (-) crédito de ICMS, (+) IPI, (+) Frete.

Custo de vendas (soma dos percentuais)
Débito de ICMS

COFINS

PIS Faturamento

Comissões

Descanso Semanal Remunerado (DSR)

Encargos Sociais sobre comissões e DSR

Verba de propaganda/publicidade

Despesas com cobrança/descontos

Incidência dos custos fixos de venda (percentual)

Lucro Desejado (percentual)

2.2.Receita
Entrada monetária que ocorre em uma Entidade (Contabilidade) ou patrimônio (Economia), em geral sob a forma de dinheiro ou de créditos representativos de direitos. Nas empresas privadas a Receita corresponde normalmente ao produto de venda de bens ou serviços (chamado no Brasil de faturamento). Classificam-se em operacionais e não-operacionais.
- Receitas Operacionais são as provenientes do objeto de exploração da empresa, e classificam-se em:
Receita da Atividade Técnica ou Principal, que diz respeito à atividade principal da empresa como venda de produtos, mercadorias ou serviços, e
Receita Acessória ou Complementar, que normalmente decorre da receita da atividade principal, e representa rendimentos complementares. No Brasil denomina-se contabilmente esse grupo de Receitas de "Outras Receitas Operacionais", que devem ser compostos basicamente de Receitas Financeiras (juros alugueis, rendimentos).
- Receitas Não-Operacionais são ingressos provenientes de transações (atípicas ou extraordinárias) não incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa.
Na administração pública brasileira, as receitas se dividem em receitas correntes e de capital, receitas orçamentárias e extra-ornamentarias. Como receitas orçamentárias, aquelas que são incluídas na lei (anual) orçamentária do exercício. Todavia, as receitas orçamentárias são consideradas realizadas quando arrecadadas (regime de caixa), se diferenciando nesse ponto das receitas realizadas das empresas privadas.
Nestas, Receitas do Exercício (ver princípios contábeis) são aquelas ganhas (geradas, realizadas) nesse período, não importando se tenham sido recebidas ou não.
Receitas a Receber são aquelas ganhas (o fato gerador ocorreu) dentro do período contábil, mas ainda não recebidas.
Receitas Diferidas representam recebimentos adiantados que vão gerar um passivo para uma prestação de serviço futuro, ou a entrega posterior de bens.

2.3. Relação Custo/volume/lucro e ponto de equilíbrio

De acordo com TAFNER (1993:55) “a análise custo/volume/lucro estuda as inter-relações entre quatro fatores: custo, receita, volume e lucro. Esta análise pode estabelecer efeitos da mudança de um ou mais desses fatores sobre os outros e suas inter-relações...”… ”Juntamente com o planejamento de lucros, a análise de custo/volume/lucro facilita a escolha custo de ação mais desejável na forma operacional: o curso de ação mais desejável é o que apresentar as inter-relações de custo, receita, volume e lucros mais satisfatórios. Apuramos este curso de ação mediante testes sucessivos. Repetidamente mudamos um ou mais dos quatro fatores e anotamos o seu efeito. Análise de custo/volume/lucro, para usar um termo moderno empregado em outras disciplinas, são simulações de operações.”
Segundo IUDÍCIBUS (1993:134), “O ponto de “ruptura”, ou de equilíbrio é aquele volume em que as receitas totais se igualam aos custos totais.” No ponto de equilíbrio não há lucro nem prejuízo.
Essa informação do ponto de equilíbrio é de grande importância porque identifica o nível mínimo de atividade em que a empresa ou cada divisão deve operar conseguindo cobrir todos os custos variáveis das unidades vendidas ou produzidas, e também cobrir todos os custos fixos.
A análise custo-volume-lucro (CVL) é um item relevante para a gestão empresarial. De acordo com Garrison (2001, p. 163):
“[...] a análise custo–volume-lucro é uma das ferramentas mais eficientes de que os administradores dispõem. Ela nos ajuda a entender a inter-relação entre custo, o volume e o lucro de uma organização. Uma vez que a análise de CVL ajuda os gestores a compreender as inter-relações entre custo, volume e lucro, ela é considerada um instrumento vital em muitas decisões empresariais, como, por exemplo, quais produtos fabricar ou vender, qual política de preços a seguir, qual estratégia de mercado adotar e que tipo de instalações produtivas adquirir.”

Equação do Lucro
As formulas de CVL podem ser utilizadas para determinar o volume necessário de vendas para atingir uma meta de lucro. Para que possa entender essa equação é preciso que se conheça o conceito das fórmulas utilizado.

L = MC X Q – CF


3.0. Margem de Contribuição

3.1. O que é Margem de Contribuição

Margem de Contribuição é a diferença entre a receita ou preço de venda e os custos e despesas variáveis referente às unidades vendidas. Em outras palavras, é o valor com que cada produto contribui, após honrar com os custos e despesas gerados por sua produção e venda (variáveis), para o pagamento dos custos fixos e, posteriormente, formação de lucros.
Para Garrison (2001, pg. 164 e165):

[...] a margem de contribuição é o que resta da receita de vendas após a dedução das despesas variáveis. Assim, ela é o montante disponível para cobrir as despesas fixas e, em seguida prover os lucros – a margem de contribuição é utilizada, primeiro para cobrir as despesas fixas e, depois, o que sobra vai para os lucros. A margem de contribuição como porcentagem das vendas denomina-se como margem de contribuição percentual [...]


A Margem de Contribuição pode ser calculada de forma unitária ou total. A Margem de Contribuição Unitária é a diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro. Conseqüentemente, o produto entre a Margem de Contribuição Unitária e a quantidade vendida representa a Margem de Contribuição Total, a qual também pode ser calculada pela mesma metodologia. Assim, o somatório das diferenças entre as receitas totais de cada produto e seus custos e despesas variáveis também corresponde à Margem de Contribuição Total, que se destinará ao pagamento dos custos fixos. Quando a Margem de Contribuição Total for maior que o montante de custos e despesas fixas, a empresa terá lucro; quando for menor, a empresa terá prejuízo.

3.2. Como a margem de contribuição pode ajudar na situação da empresa

A Margem de Contribuição é um importante instrumento que fornece informações fundamentais à avaliação de desempenho gerencial e à tomada de decisão com o objetivo de maximizar o lucro. A partir dela, uma grande diversidade de análises podem ser realizadas no ambiente empresarial, sendo que cada foco de avaliação pode ser direcionado para uma finalidade específica.
A Margem de Contribuição pode ser aplicada sobre diversos focos, como por exemplo, avaliação de produtos isolados ou por segmentos, de grupos de consumidores, de vendedores, entre outros. Contudo, muitas empresas, sobretudo as de menor porte, ao se deterem apenas em análises tradicionais (Margem de Contribuição por produtos individualizados ou simplesmente pelo resultado global da empresa) ou até mesmo ao não utilizarem essa ferramenta em questão, tomam suas decisões com base em informações que podem não descrever a realidade do negócio em sua totalidade. Um dos fatores responsáveis é a dificuldade encontrada na implementação de controles que subsidiem uma maior diversidade dos focos de análises. (HORNGREN 1989, p 213)
A Margem de Contribuição é uma poderosa ferramenta para avaliação do desempenho gerencial. Através da aplicação de sua metodologia, a empresa pode subsidiar a elaboração de planejamentos estratégicos e embasar o processo de tomada de decisão em informações completas e consistentes, melhorando significativamente seu desempenho no mercado a partir da sustentação de uma postura mais competitiva.
Os controles e análises aqui discutidos podem ser implementados em todos os tipos de empresas, grandes ou pequenas, independente de seu ramo de atuação, pois a aplicação do conceito de Margem de Contribuição é válida e de idêntica operacionalização para todos os empreendimentos. A única diferença prática reside no fato que, conforme observações empíricas, não há o hábito do aprofundamento de tais controles e análises nas MPE’s, o que ocorre em função de sua cultura organizacional e gerencial estar moldadas predominantemente a estruturas de negócios mais simplificadas. O problema é que, na atualidade, devido às características do moderno mercado globalizado, mesmo as MPE’s estão cada vez mais inseridas em ambientes complexos que exigem eficácia em seu desempenho e competitividade como condições básicas à sua sobrevivência no mercado.
Assim, a diversificação dos focos de análise gerencial pela metodologia da Margem de Contribuição é apresentada como um indispensável instrumento, já que através de suas diversas aplicações o gestor pode: a) identificar as áreas que geram retornos mais elevados e demandam maiores preocupações; b) decidir quanto à implementação de políticas de incentivo ou restrição a determinados produtos; c) identificar o volume mínimo de vendas necessário para cobrir os custos fixos e gerar lucros; d) calcular níveis de preços competitivos, mas rentáveis; e) analisar e gerar informações sobre o processo produtivo; f) formar o mix de produção que maximize o resultado, entre outros.


4.0. Ponto de Equilíbrio

4.1. O que é ponto de equilíbrio

Ponto de equilíbrio nada mais é do que o valor que a empresa precisa vender para cobrir o custo das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas fixas. No Ponto de Equilíbrio, a empresa não terá lucro nem prejuízo.
O ponto de equilíbrio equivale ao lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade do produto. Isto significa que, em cada unidade vendida, a empresa terá o lucro de um determinado valor. Multiplicado pelo total das vendas, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Em outras palavras, Ponto de Equilíbrio significa o faturamento mínimo que a empresa tem que atingir, para que não amargue um prejuízo, como também não estará conquistando lucro.
O ponto de equilíbrio contábil ou operacional é o mais comum e tradicional para análises, onde o valor das receitas iguala-se ao das despesas. É o quociente simples da divisão dos valores dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição unitária. Nesse aspecto, não haveria lucro e nem prejuízo contábil. Alguns especialistas ressaltam que esse aspecto já estaria ultrapassado pelo fato de não considerar plenamente os interesses dos gestores, embora seja bastante utilizado para auxilio na tomada de decisão de caráter mais urgente, quando a decisão de acertar com algum cliente possa proporcionar um elevado potencial gerador de receitas e lucros no futuro .

4.2. Para que é usado e sua contribuição na empresa

O conhecimento deste indicador é muito importante para a sobrevivência de um empreendimento. Muitas micro e pequenas empresas não conseguem completar um ano de vida, em alguns casos pelo completo desconhecimento do ramo de atividade a que se propuseram, e, na maioria dos casos, por completo descontrole administrativo. O descontrole administrativo é tão grave que às vezes o executivo se ilude pensando que está obtendo lucros em suas operações, mas na verdade, acabam quebrando sem saber o motivo. Por incrível que pareça, acreditam que se as receitas forem iguais às despesas fixas (aluguel do imóvel, salário do pessoal, condomínio, combustível, material de expediente, pró-labore, etc) estarão beirando a margem da sobrevivência, não obtendo nem lucro, nem prejuízo. A falência é uma questão de tempo.
Ponto de Equilíbrio é um dos indicadores contábeis que informa ao executivo o volume necessário de vendas, no período considerado, para cobrir todas as despesas, fixas e variáveis, incluindo-se o custo da mercadoria vendida ou do serviço prestado. Este indicador tem por objetivo determinar o nível de produção em termos de quantidade e ou de valor que se traduz pelo equilíbrio entre a totalidade dos custos e Retângulo de cantos arredondados: DIRETORIA das receitas. Para um nível abaixo deste ponto, a empresa estará na zona de prejuízo e acima dele, na zona da lucratividade. É o mínimo que se deve alcançar com receitas para que não amargue com prejuízo.
Esquematicamente o ponto de equilíbrio contribui para as empresas nos seguintes aspectos:

a) determinar a Receita Geral do Ponto de Equilíbrio do negócio na construção de um projeto;
b)saber qual o Nível de utilização da capacidade instalada;
c)auxiliar na tomada de decisão de caráter mais urgente, quando a decisão de acertar com algum cliente possa proporcionar um elevado potencial gerador de receitas e lucros no futuro;
d)possibilita uma avaliação e planejamento de ajustes necessários.





4.3 Sua relação com a margem de contribuição


Conforme se pode observar a figura acima, o Ponto de Equilíbrio é o ponto onde a linha da Receita cruza com a linha do custo total. Para se calcular o Ponto de Equilíbrio necessita-se do conhecimento do conceito de Margem de Contribuição, anteriormente citado, pois os dois estão diretamente relacionados. Para Padoveze (1997,p.257), representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Margem de Contribuição, nada mais é do que os resultados positivos, obtidos através da Receita, menos os Custos Variáveis. Este resultado, que é a Margem de Contribuição, deverá ser igual aos Custos Fixos para que se chegue ao Ponto de Equilíbrio.




3.0. Margem de Contribuição

3.1. O que é Margem de Contribuição

Margem de Contribuição é a diferença entre a receita ou preço de venda e os custos e despesas variáveis referente às unidades vendidas. Em outras palavras, é o valor com que cada produto contribui, após honrar com os custos e despesas gerados por sua produção e venda (variáveis), para o pagamento dos custos fixos e, posteriormente, formação de lucros.
Para Garrison (2001, pg. 164 e165):

[...] a margem de contribuição é o que resta da receita de vendas após a dedução das despesas variáveis. Assim, ela é o montante disponível para cobrir as despesas fixas e, em seguida prover os lucros – a margem de contribuição é utilizada, primeiro para cobrir as despesas fixas e, depois, o que sobra vai para os lucros. A margem de contribuição como porcentagem das vendas denomina-se como margem de contribuição percentual [...]


A Margem de Contribuição pode ser calculada de forma unitária ou total. A Margem de Contribuição Unitária é a diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro. Conseqüentemente, o produto entre a Margem de Contribuição Unitária e a quantidade vendida representa a Margem de Contribuição Total, a qual também pode ser calculada pela mesma metodologia. Assim, o somatório das diferenças entre as receitas totais de cada produto e seus custos e despesas variáveis também corresponde à Margem de Contribuição Total, que se destinará ao pagamento dos custos fixos. Quando a Margem de Contribuição Total for maior que o montante de custos e despesas fixas, a empresa terá lucro; quando for menor, a empresa terá prejuízo.

3.2. Como a margem de contribuição pode ajudar na situação da empresa

A Margem de Contribuição é um importante instrumento que fornece informações fundamentais à avaliação de desempenho gerencial e à tomada de decisão com o objetivo de maximizar o lucro. A partir dela, uma grande diversidade de análises podem ser realizadas no ambiente empresarial, sendo que cada foco de avaliação pode ser direcionado para uma finalidade específica.
A Margem de Contribuição pode ser aplicada sobre diversos focos, como por exemplo, avaliação de produtos isolados ou por segmentos, de grupos de consumidores, de vendedores, entre outros. Contudo, muitas empresas, sobretudo as de menor porte, ao se deterem apenas em análises tradicionais (Margem de Contribuição por produtos individualizados ou simplesmente pelo resultado global da empresa) ou até mesmo ao não utilizarem essa ferramenta em questão, tomam suas decisões com base em informações que podem não descrever a realidade do negócio em sua totalidade. Um dos fatores responsáveis é a dificuldade encontrada na implementação de controles que subsidiem uma maior diversidade dos focos de análises. (HORNGREN 1989, p 213)
A Margem de Contribuição é uma poderosa ferramenta para avaliação do desempenho gerencial. Através da aplicação de sua metodologia, a empresa pode subsidiar a elaboração de planejamentos estratégicos e embasar o processo de tomada de decisão em informações completas e consistentes, melhorando significativamente seu desempenho no mercado a partir da sustentação de uma postura mais competitiva.
Os controles e análises aqui discutidos podem ser implementados em todos os tipos de empresas, grandes ou pequenas, independente de seu ramo de atuação, pois a aplicação do conceito de Margem de Contribuição é válida e de idêntica operacionalização para todos os empreendimentos. A única diferença prática reside no fato que, conforme observações empíricas, não há o hábito do aprofundamento de tais controles e análises nas MPE’s, o que ocorre em função de sua cultura organizacional e gerencial estar moldadas predominantemente a estruturas de negócios mais simplificadas. O problema é que, na atualidade, devido às características do moderno mercado globalizado, mesmo as MPE’s estão cada vez mais inseridas em ambientes complexos que exigem eficácia em seu desempenho e competitividade como condições básicas à sua sobrevivência no mercado.
Assim, a diversificação dos focos de análise gerencial pela metodologia da Margem de Contribuição é apresentada como um indispensável instrumento, já que através de suas diversas aplicações o gestor pode: a) identificar as áreas que geram retornos mais elevados e demandam maiores preocupações; b) decidir quanto à implementação de políticas de incentivo ou restrição a determinados produtos; c) identificar o volume mínimo de vendas necessário para cobrir os custos fixos e gerar lucros; d) calcular níveis de preços competitivos, mas rentáveis; e) analisar e gerar informações sobre o processo produtivo; f) formar o mix de produção que maximize o resultado, entre outros.

4.0. Ponto de Equilíbrio

4.1. O que é ponto de equilíbrio

Ponto de equilíbrio nada mais é do que o valor que a empresa precisa vender para cobrir o custo das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas fixas. No Ponto de Equilíbrio, a empresa não terá lucro nem prejuízo.
O ponto de equilíbrio equivale ao lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade do produto. Isto significa que, em cada unidade vendida, a empresa terá o lucro de um determinado valor. Multiplicado pelo total das vendas, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Em outras palavras, Ponto de Equilíbrio significa o faturamento mínimo que a empresa tem que atingir, para que não amargue um prejuízo, como também não estará conquistando lucro.
O ponto de equilíbrio contábil ou operacional é o mais comum e tradicional para análises, onde o valor das receitas iguala-se ao das despesas. É o quociente simples da divisão dos valores dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição unitária. Nesse aspecto, não haveria lucro e nem prejuízo contábil. Outrossim, alguns especialistas ressaltam que esse aspecto já estaria ultrapassado pelo fato de não considerar plenamente os interesses dos gestores, embora seja bastante utilizado para auxilio na tomada de decisão de caráter mais urgente, quando a decisão de acertar com algum cliente possa proporcionar um elevado potencial gerador de receitas e lucros no futuro .


4.2. Para que é usado e sua contribuição na empresa
O conhecimento deste indicador é muito importante para a sobrevivência de um empreendimento. Muitas micro e pequenas empresas não conseguem completar um ano de vida, em alguns casos pelo completo desconhecimento do ramo de atividade a que se propuseram, e, na maioria dos casos, por completo descontrole administrativo. O descontrole administrativo é tão grave que às vezes o executivo se ilude pensando que está obtendo lucros em suas operações, mas na verdade, acabam quebrando sem saber o motivo. Por incrível que pareça, acreditam que se as receitas forem iguais às despesas fixas (aluguel do imóvel, salário do pessoal, condomínio, combustível, material de expediente, pró-labore, etc) estarão beirando a margem da sobrevivência, não obtendo nem lucro, nem prejuízo. A falência é uma questão de tempo.
Ponto de Equilíbrio é um dos indicadores contábeis que informa ao executivo o volume necessário de vendas, no período considerado, para cobrir todas as despesas, fixas e variáveis, incluindo-se o custo da mercadoria vendida ou do serviço prestado. Este indicador tem por objetivo determinar o nível de produção em termos de quantidade e ou de valor que se traduz pelo equilíbrio entre a totalidade dos custos e Retângulo de cantos arredondados: DIRETORIA das receitas. Para um nível abaixo deste ponto, a empresa estará na zona de prejuízo e acima dele, na zona da lucratividade. É o mínimo que se deve alcançar com receitas para que não amargue com prejuízo.
Esquematicamente o ponto de equilíbrio contribui para as empresas nos seguintes aspectos:
a) determinar a Receita Geral do Ponto de Equilíbrio do negócio na construção de um projeto;
b)saber qual o Nível de utilização da capacidade instalada;
c)auxiliar na tomada de decisão de caráter mais urgente, quando a decisão de acertar com algum cliente possa proporcionar um elevado potencial gerador de receitas e lucros no futuro;
d)possibilita uma avaliação e planejamento de ajustes necessários.

4.3 Sua relação com a margem de contribuição


Conforme se pode observar a figura acima, o Ponto de Equilíbrio é o ponto onde a linha da Receita cruza com a linha do custo total. Para se calcular o Ponto de Equilíbrio necessita-se do conhecimento do conceito de Margem de Contribuição, anteriormente citado, pois os dois estão diretamente relacionados. Para Padoveze (1997,p.257), representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Margem de Contribuição, nada mais é do que os resultados positivos, obtidos através da Receita, menos os Custos Variáveis. Este resultado, que é a Margem de Contribuição, deverá ser igual aos Custos Fixos para que se chegue ao Ponto de Equilíbrio.

5.0. Estudo de Caso

Várias empresas utilizam as técnicas de contabilidade gerencial devido a sua importância no processo de gestão das empresas, fornecendo subsídios importantes para a tomada de decisões e elaboração dos preços. A seguir, vamos apresentar alguns casos de empresas que utilizam a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio e o grau de importância desses instrumentos na visão dessas empresas.

Subsidiarias brasileiras de Multinacionais
Em uma pesquisa realizada por Marcos Antonio de Souza (Professor do Programa de Mestrado em Ciências Contábeis da UNISINOS – RS), Lázaro Plácido Lisboa (Professor Doutor do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA-USP) e Welington Rocha (Professor Doutor do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA-USP) – revista Contabilidade e Finanças, USP, São Paulo – foram analisadas quarenta e nove empresas que foram pesquisadas no período que compreende o segundo semestre de 2000 e o primeiro trimestre de 2001.
A pesquisa constatou que trinta e quatro das empresas pesquisadas (o equivalente a aproximadamente 70% do total) não encontram na margem de contribuição o uso e utilidade tão destacados pela literatura, ou seja, para essas empresas a margem de contribuição não é de suma importância como enfatizada nos livros de contabilidade.
As empresas não utilizam efetivamente os estudos sobre custo-volume-lucro – ponto de equilíbrio, demonstrando que a aplicação rotineira de tal prática contábil gerencial não é expressiva

6.0. Conclusão

É preciso que o gestor tome conhecimento desses instrumentos da Contabilidade (Ponto de Equilíbrio, Margem de Contribuição e Relação CVL) para que sal administração seja mais organizada e eficaz, pois utilizando-os, se tem uma visão melhor da situação da empresa, permitindo uma melhor análise, e consequentemente, as decisões tomadas terão mais resultados positivos e terão um maior controle sobre a situação da empresa.
É fato de que um sistema de Custos bem definido é muito importante para o desenvolvimento e melhoramento gerencial de uma empresa, pois ter um controle interno bem organizado é uma excelente fonte de informaçao para o gestor. Por isso o Custo Gerencial é necessário, pois ele permite a utilização da Contabilidade de Custos em vários segmentos da organização, podendo assim projetar cenários e encontrar alternativas que resultem em tomadas de decisões precisas e seguras, atingindo os objetivos traçados para a empresa. Além disso são fundamentais para o processo de planejamento do lucro, ajuste do preço de venda, estratégias de marketing, análise dos efeitos do custo sobre o lucro e a análise do potencial de lucro da empresa.

domingo, 12 de outubro de 2008

CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PONTO DE EQUILÍBRIO COMO FERRAMENTA GERENCIAL

CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PONTO DE EQUILÍBRIO COMO
FERRAMENTA GERENCIAL
Edmar José Zorzal

Resumo
A Contabilidade, por meio de uma metodologia específica e respeitando
determinados princípios, tem por finalidade apresentar os dados patrimoniais e
operacionais de uma organização, se constituindo como fonte de informações
gerenciais. Com o acirramento da concorrência e a ampliação do campo de atuação dos
administradores, percebe-se que a contabilidade não deve ficar restrita apenas aos fatos nela registrados e apresentados na forma de Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado do Exercício. Ela pode e deve gerar informações que propiciem análises e estudos que subsidiem as tomadas de decisões de curto e longo prazo, Surge aí a
Contabilidade Gerencial como ferramenta indispensável no processo de geração de
informação para auxiliar na gestão empresarial. Uma das informações contempladas
pela Contabilidade Gerencial é o ponto de equilíbrio, sendo este o objetivo deste artigo, através da abordagem de seus conceitos, tipos vantagens e limitações. Mesmo
apresentando algumas limitações o ponto de equilíbrio pode ser considerado como uma
excelente ferramenta de gestão dada a possibilidade de proporcionar simulações
variadas na busca de informações que suportem decisões.
A Contabilidade Gerencial deve fornecer informações, no sentido de que
proporcionem ações na tomada de decisões como, por exemplo: estabelecimento de
padrões, comparação dos valores previstos com os realizados, bem como eliminação de
custos desnecessários.
Introdução
Os tempos atuais, marcados pela competição, avanço vertiginoso da tecnologia e
uma gestão participativa, demandam grandes mudanças no modo como as organizações
gerenciam seus recursos e medem seus resultados.
A busca constante pela excelência empresarial desencadeia a necessidade de
melhores informações gerenciais, extrapolando a visão de indicadores econômicos e
financeiros apresentados pelo Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado do
Exercício, para uma análise sistêmica das estratégias da organização, alinhadas aos
indicadores de performance financeiros e não financeiros.
Os controles internos exercidos pelas empresas, quando bem organizados
servem de excelentes fontes de informações para o gestor, possibilitando dessa forma
projetar cenários e encontrar alternativas que resultem em tomadas de decisões precisas e seguras para a organização.
Possuir um sistema de custo bem definido é uma outra fonte de informação, que
quando bem utilizado propicia a tomada de decisões capazes de garantir o atingimento
dos objetivos da entidade.
A grande vantagem do uso dos conceitos da Contabilidade Gerencial é em
função da simplicidade, facilidade e agilidade que se tem na manipulação dos dados
financeiros e não financeiros, tornando possível a sua aplicação em vários segmentos da organização na busca de informações para auxiliar a sua gestão. Uma das informações contempladas pela Contabilidade Gerencial é o ponto de equilíbrio, sendo este o objetivo deste artigo, através da abordagem de seus conceitos, tipos, vantagens e limitações.

Ponto de Equilíbrio – Seus conceitos

Segundo Santos (2000, p.166) a análise do equilíbrio entre receitas de vendas e
custos, torna-se indispensável como instrumento no processo de decisão gerencial. Um
dos fatores para o sucesso financeiro de uma empresa está diretamente condicionado à
existência da melhor informação gerencial. Para o autor, “o ponto de equilíbrio será
obtido quando o total dos ganhos marginais, que é a somatória de todos os produtos
comercializados, equivalerem ao custo estrutural fixo do mesmo período de tempo
objeto de análise”.
Perez Jr. (1999, p.191) comenta que a expressão ponto de equilíbrio, tradução do
termo em inglês, break-even-point, refere-se ao nível de vendas em que não há lucro
nem prejuízo, isto é, no qual os gastos totais (custos totais + despesas totais) são iguais às receitas totais.
De acordo com Wernk (2001, p.49) o ponto de equilíbrio representa o nível de
vendas em que a empresa opera sem lucro ou prejuízo. Ou seja, o número de unidades
vendidas no ponto de equilíbrio é o suficiente para a empresa pagar seus custos fixos e variáveis sem gerar lucro.
Atkinson et al. (2000, p.192) menciona que o ponto de equilíbrio representa o
nível de produção no qual os custos dos recursos comprometidos é coberto pelos lucros
ganhos da produção e vendas de bens e serviços. O autor comenta ainda em outras
palavras que Ponto de equilíbrio é o nível em que o volume de vendas cobre os custos
fixos comprometidos.
Horngren et al. (2004, p.41) define o ponto de equilíbrio como sendo o nível de
vendas no qual a receita se iguala às despesas e o lucro é igual a zero.
Para Leone (2000, p.424) e Martins (2000, p.273) o ponto de equilíbrio é o nível
de produção onde os custos se igualam às receitas, ou ainda, nasce da conjugação dos
custos totais com as receitas totais.
O ponto de equilíbrio, segundo Vanderbeck (2003, p.415) pode ser definido
como o ponto no qual a receita de vendas é adequada para cobrir todos os custos de
manufatura e vender o produto, mas sem obter lucro. Para o autor a equação pode ser
colocada da seguinte maneira:
Padoveze (1994, p.281) relata em sua obra que o Ponto de Equilíbrio é o
momento em que o total da margem de contribuição da quantidade vendida/produzida
Receita de vendas (no ponto de equilíbrio) = Custo para fabricar + Custo para vender
se iguala aos custos e despesas fixas. Dessa forma, o ponto de equilíbrio demonstra a capacidade mínima em que a empresa deve operar para não ter prejuízo.
Segundo Dutra ( 1995, p.170), no ponto de equilíbrio, a empresa está produzindo
o suficiente para gerar receita que se iguala ao custo, ou seja, a empresa não está tendo nem lucro nem prejuízo quando está operando em um nível de produção igual ao seu ponto de equilíbrio, porque ela está gerando recursos suficientes para remunerar os seus fatores de produção. Este ponto indica o mínimo de receita gerada pela produção para que a empresa não sofra prejuízo que também é chamado de ponto de ruptura, ponto de nivelamento, ponto crítico ou ponto de quebra.
De acordo com Warren et al. (2003, p.98) ponto de equilíbrio é o nível de
operações no qual as receitas e os custos de uma empresa são exatamente iguais. Em
equilíbrio, uma empresa não tem nem lucro nem prejuízo operacional.
Percebe-se que após conhecer as definições dos autores citados sobre a
conceituação do ponto de equilíbrio, poucas diferenças foram observadas, e um dos
aspectos apresentados por todos é com relação à igualdade que deve existir entre as
receitas e custos/despesas.
Para uma melhor compreensão dos conceitos apresentados é ilustrado abaixo,
através da figura 01 a representação gráfica do ponto de equilíbrio.
(...)

Tipos de ponto de equilíbrio

Segundo Wernke (2001, p.50) dependendo da necessidade da empresa ou do
gestor, o ponto de equilíbrio possibilita adaptações que suprem as informações
gerenciais não possuídas. Essas adaptações originam tipos de ponto de equilíbrio
distintos que se ajustam às diversas situações de planejamento das atividades da
empresa, como por exemplo: em algumas situações é necessário fazer o estudo do ponto
de equilíbrio em valor e em outras situações é recomendável a determinação do ponto
de equilíbrio em unidades.
Do ponto de vista gerencial a análise do ponto de equilíbrio, seja ela em termos
monetários ou em termos de unidade, é um instrumento precioso para a gerência
visualizar a situação econômica global das operações e tirar proveito das relações entre as variáveis custo-volume-lucro.
Wernke (2001, p.50) menciona que dependendo da necessidade da informação e
da fórmula como é calculado, o ponto de equilíbrio recebe denominações diferentes.

1 Ponto de equilíbrio contábil (em unidades)

Perez Jr et al. (1999, p.192) descreve que o ponto de equilíbrio contábil em
unidades define a quantidade de unidades que se deve produzir e vender. Para definir
essa quantidade divide-se o gasto fixo total(custo fixo) pela margem de contribuição
unitária (diferença entre o preço de venda e o gasto variável). A divisão do custo fixo
pela margem de contribuição unitária demonstra a quantidade de produtos que devem
ser fabricados e vendidos para cobrir os custos fixos.
Ponto de equilíbrio econômico
Ponto de equilíbrio financeiro
Ponto de equilíbrio contábil
Wernke (2001, p.50) define o ponto de equilíbrio em unidades como sendo: o
número de produtos(peças metros, quilos) que deve ser fabricado e vendido para que o
resultado seja zero. Para determinar tal quantidade, divide-se o valor total dos custos fixos ($) pelo valor da margem de contribuição unitária ($). Assim, cada produto vendido irá cobrir, com sua margem de contribuição unitária, uma parte dos custos fixos da empresa.

2 Ponto de equilíbrio contábil (em valor)

O PROVAR (2000, p.169) menciona em sua obra que em determinados casos
em que empresas vendem uma variedade grande de produtos passa-se a considerar o
ponto de equilíbrio em termos de empresa ou negócio como o montante de vendas, isto
é, o valor das vendas de todos os produtos.
Padoveze (1995, p.257) alega que em determinadas situações, como por
exemplo, quando a empresa trabalha com uma gama muito grande de produtos, ou
quando percebe-se dificuldades na identificação dos custos e despesas fixos para cada
produto, torna-se preferível buscar informações de forma global do ponto de equilíbrio em termos de valor. Dessa forma, o ponto de equilíbrio em valor pode ser definido pelo valor mínimo que deve ser vendido para que a empresa não tenha nem lucro nem prejuízo.
Hansen et al. (2003, p.596) relata que em alguns casos os gestores podem
preferir usar a receita de vendas como medida da atividade de vendas, em vez de
unidades vendidas. Uma medida de unidades vendidas pode ser convertida para uma
medida de receita de vendas simplesmente multiplicando o preço de venda unitário pela
unidades vendidas.
Após as abordagens feitas sobre o ponto de equilíbrio contábil, é importante
destacar as considerações feitas por Wernke (2001, p.51) em que o mesmo enfatiza que
o ponto de equilíbrio contábil em unidades pode ser considerado o mais utilizado pelos analistas de custos, tendo em vista a sua facilidade de entendimento e obtenção,enquanto que o ponto de equilíbrio em valor tem maior utilidade àqueles executivos que preferem tomar decisões com base nas informações em moeda corrente, mas que a utilização de ambos tem o mesmo significado quando da tomada de decisão.

3 Ponto de equilíbrio financeiro

Outro tipo de ponto de equilíbrio que pode proporcionar aos gestores
informações para auxiliar em suas decisões é o ponto de equilíbrio financeiro. Leone
(2000, p.441) afirma que muitas vezes, para avaliação de desempenho, para certas
decisões de investimentos, para planejamento e outras decisões de curto prazo, o gestordeve preparar a análise do ponto de equilíbrio , levando em consideração apenas os aspectos financeiros.
Martins (2000, p.278) descreve que dentro dos custos e despesas fixos
registrados no período podem também estar incluídos custos e despesas que não
representam saída de caixa, como é o caso da depreciação. Neste caso, os custos e
despesas identificados como não desembolsáveis, isto é, que não representam saída de
caixa devem ser excluídos para se determinar o ponto de equilíbrio financeiro.
Sob a ótica de Wernke (2001, p.52), no ponto de equilíbrio financeiro (PE fin.),
calcula-se o nível de atividades (quer em unidades, quer em valor monetário) suficiente para pagar os custos e despesas variáveis, os custos fixos (exceto depreciação) e outras dívidas que a empresa tenha que saldar no período como empréstimo e financiamentos bancários.
Perez Jr. et al. (1999, p.204) demonstram em sua obra o cálculo do ponto de
equilíbrio abordando dois enfoques: o ponto de equilíbrio financeiro parcial (PEFP) e o ponto de equilíbrio financeiro total (PEFT).
O PEFP é definido como o nível de atividades em que o saldo de caixa é igual a
zero. Representa a quantidade de vendas necessárias para cobrir os gastos
desembolsáveis, tanto operacionais como não operacionais. Neste ponto, a empresa
apresenta prejuízo contábil, mas não estará recuperando o investimento feito no
imobilizado. Enquanto que o PEFT determina o nível de produção e vendas em que o
saldo de caixa é predeterminado. Representa a quantidade de vendas necessária para
cobrir os gastos desembolsáveis, tanto operacionais como não operacionais, e gerar um
saldo de caixa determinado para desembolso futuros com reposição de imobilizado,
novos investimentos, pagamentos de dividendos ou outras obrigações que não transitam
pelo resultado, como por exemplo, empréstimos contraídos em períodos anteriores.
Wernke (2001, p.53) menciona em sua obra que a utilização do ponto de
equilíbrio financeiro é mais adequada ao gerente financeiro em face das características do cálculo, que considera somente os movimentos de caixa do período.
No entanto sua utilização é de grande valia mesmo para outras áreas, principalmente quanto a tomada de decisões relativas a investimento de capital.

4 Ponto de equilíbrio econômico

Segundo Martins (2000, p.277) o ponto de equilíbrio de uma empresa será
obtido quando a soma das margens de contribuição totalizar o montante suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixos; este é o ponto em que contabilmente não haveria nem lucro nem prejuízo (supondo produção igual à venda). Logo este é o ponto de equilíbrio contábil. Mas um resultado contábil nulo significa que, economicamente, a empresa está perdendo (pelo menos juros sobre capital próprio). Voltando, assim, ao conceito de custo de oportunidade. Portanto, o ponto de equilíbrio econômico será atingido quando a remuneração do capital aplicado atingir a rentabilidade desejada.
Acrescenta ainda o autor que o verdadeiro lucro da atividade será obtido quando
contabilmente o resultado for superior ao retorno esperado.
Warren et al. (2003, p.102) afirma que no ponto de equilíbrio as receitas
igualam-se aos custos. Entretanto, o ponto de equilíbrio não é meta da maioria das
empresas. Em vez disso, os gerentes procuram maximizar o lucro. Santos (2000, p.176)
descreve que o ponto de equilíbrio econômico (PEE) é aquele em que as receitas totais
são iguais aos custos totais acrescidos de um lucro mínimo de retorno do capital
investido.
Segundo Wernke (2001, p.53) o ponto de equilíbrio econômico distingui-se das
demais fórmulas de ponto de equilíbrio por incluir a variável “Lucro Desejado”.
Constata-se que a utilização do ponto de equilíbrio econômico tem como
objetivo principal gerar informações aos investidores sobre o retorno do capital
investido, ou seja, quanto deveria a empresa vender para recuperar o investimento,
conforme rentabilidade desejada. O ponto de equilíbrio econômico possibilita também
conhecer o lucro que a empresa procura almejar.

5 Ponto de equilíbrio Mix

Os conceitos de ponto de equilíbrio são de fácil aplicação e entendimento
quando se trabalha com situações de apenas um único produto. Com isso, fica bastante
simplificado o problema, o que não acontece quando a empresa trabalha com diversos
produtos.
Wernke 2001, p.53) diz que as fórmulas apresentadas de ponto de equilíbrio em
unidades são aplicáveis a apenas um produto. Como a maioria das empresas
comercializa diversos produtos, a aplicabilidade de tais fórmulas é restrita a poucas
situações. Para essas empresas, a principal dificuldade encontrada no cálculo do ponto de equilíbrio é a diversidade de produtos que compõem o mix ofertado e as
consequentes distintas margens de contribuição de cada mercadoria.
Sob a ótica de Santos (2000, p.180) o princípio básico para se chegar ao “ponto
de equilíbrio” de produtos com margens de contribuições diferentes não difere muito
das fórmulas tradicionais, o que talvez pode gerar um pouco mais de trabalho, por
casusa das ponderações que deverão ser feitas entre os vários produtos com volume e
margens de contribuição diferentes.
Segundo Santos (2000, p.181) a fórmula para calcularmos o ponto de equilíbrio
“mix” em unidades, ou o volume mínimo de vendas que uma empresa precisa realizar
para não incorrer em prejuízo nem realizar lucro é a seguinte:
Onde:
Σ = somatório
MCUi = margem de contribuição unitária
Xi = volume previsto de vendas por produto
O mesmo autor apresenta também a fórmula para se obter o ponto de equilíbrio
em valor (mix) que é a seguinte:
Onde:
Pi = preço de venda unitário por produto
Qi = volume previsto por produto
PMCi = proporção da margem de contribuição por produto
Σ = Somatório
Para um melhor entendimento do cálculo do ponto de equilíbrio (mix), Wernke
(2001, p.54) descreve em sua obra que é necessário o cumprimento de duas etapas. A
primeira consiste em determinar o ponto de equilíbrio total, isto é, do mix de produtos.
Custos Fixos
PE unidades (mix) =
( Σ MCUi x Xi )
( Σ Xi )
Custos Fixos
PE valor (mix) =
Σ PMCUi x pi x Qi
Σ pi x Qi )

Após encontrar o número total de unidades, calcula-se quanto desse total refere-se aos produtos individualmente, considerando os percentuais do volume previsto de venda por produto. E para cálculo do ponto de equilíbrio (mix) em valor ($), basta multiplicar o
ponto de equilíbrio “mix” em unidades de cada produto pelo respectivo preço de venda.

Benefícios do ponto de equilíbrio

A utilização do ponto de equilíbrio e a consequente análise entre receitas de
vendas e custos, torna-se indispensável como instrumento de apoio gerencial, podendo
fornecer informações variadas, que serão na sequência descritas.
Leone (2000, p.427) diz que a utilização e a análise dos conceitos de ponto de
equilíbrio, tem como objetivo auxiliar as funções de planejamento e a de tomada de
decisões gerenciais de curto prazo da empresa.
De acordo com Atkinson (2000, p.224) através da análise do ponto de equilíbrio
os gerentes podem desenvolver modelos de planejamento para avaliar as alternativas da
empresa e as mudanças na lucratividade com as mudanças nos níveis das atividades de
produção e vendas.
Wernke (2001, p. 55) também enfatiza a questão de que o uso do ponto de
equilíbrio deve auxiliar as questões de curto prazo da empresa. Para o autor, a
informação do ponto de equilíbrio da companhia, tanto do total global como por produto individual, é importante porque identifica o nível mínimo de atividade que a entidade ou cada divisão deve operar.
Santos (2000, p. 170) argumenta que através da obtenção do ganho marginal
pelo método de custeamento marginal, poderá ser calculado o ponto de equilíbrio da
empresa, a fim de se averiguar o nível mínimo de vendas que deve ser praticado para se obter determinado montante de lucro.
Para Wernke (2001, p.55) a determinação do ponto de equilíbrio subsidia as
decisões empresariais relacionadas com:
a) Alteração do mix de vendas, tendo em vista o comportamento do mercado;
b) Alteração de políticas de vendas com relação a lançamentos de novos produtos;
c) Definição do mix de produtos, do nível de produção e preço do produto;
d) Responde a perguntas que exigem respostas rápidas, tais como:

- quantas unidades de produto devem ser vendidas para se obter determinado
montante de lucro?
- qual a influência de um desconto promocional nos preços de vendas?
- que acontecerá com o lucro se o preço de venda aumentar ou diminuir?
- que acontecerá com o ponto de equilíbrio se determinada matéria-prima
aumentar 20% e não tiver condições de ser repassada aos preços dos produtos?
- um aumento nos custos fixos (por exemplo: salários) terá qual influência no
resultado da empresa?

e) Útil ao planejamento e controle de vendas e de resultados etc.

Através das vantagens apresentadas, observa-se que a aplicação do ponto de
equilíbrio nas decisões de curto prazo traz grandes benefícios para a organização. Com base nas informações disponibilizadas por essa ferramenta, a empresa passa a ter
condições de tomar decisões mais precisas e, portanto, com mais segurança.

Limitações do ponto de equilíbrio

Wernke (2001, p.56) afirma que os gerentes devem ficar atentos com relação às
limitações apresentadas na utilização do ponto de equilíbrio. O autor enfatiza que tal técnica só deve ser utilizada em gestão de curto prazo, e faz ainda o seguinte
comentário: “não se pode pensar num planejamento de longo prazo para empresas que
não dêem resultado positivo e não remunere os detentores de suas fontes de recursos”.
Segundo Leone (2000, p.428) a análise de ponto de equilíbrio terá maior
potencialidade se tomada a curtíssimo prazo, pois para prazo mais longos perderia
muito de sua utilidade diante do fato de que, numa economia em que o valor da moeda
sofre flutuações, os custos, as receitas e as despesas não são constantes.
Santos (2000, p.174) descreve que na análise do ponto de equilíbrio algumas
limitações devem ser consideradas como por exemplo:

Variação de um componente: considerar mudança no preço sem a influência nos
demais componentes; na realidade, quando muda um componente, pode mudar o
outro;

Custos estruturais fixos e marginais: geralmente, o comportamento do custo fixo não
é tão constante como mostra no gráfico do ponto de equilíbrio, e o custo marginal
tem certos aspectos que não variam sempre proporcionalmente ao volume;

Análise estatística: as próprias dificuldades existentes na montagem dos dados para
a análise não levam em consideração todo o dinamismo das empresas e no dia-a-dia
dos negócios.
Martins (2000, p.296) diz que as aplicações dos conceitos de ponto de equilíbrio
são de grande valia e de fácil entendimento quando aplicado a um único produto. O que não acontece quando a empresa trabalha com diversos produtos. Nesse caso, o assunto se complica, já que os custos e despesas variáveis são diferenciados também para cada um, o que provoca a impossibilidade de cálculo de um ponto de equilíbrio global.
Observa-se que na aplicação dos conceitos de ponto de equilíbrio, as limitações
que o mesmo proporciona devem ser considerados. Uma das constatações que ficou
evidente é que o seu uso deve ser empregado pelos gestores apenas para decisões
gerenciais de curto prazo. Portanto, considera-se importante que ao se aplicar o ponto de equilíbrio o gestor deve analisar as situações apresentadas, e assim, avaliar, se deve ou não uilizar tal ferramenta para auxiliar as suas decisões.

Conclusão

As organizações carecem de ferramentas ágeis e eficientes de gestão, de apoio à
decisão e de suporte negocial. A resposta pode ser encontrada num enfoque ampliado de
contabilidade gerencial que transcenda, inclusive, as fronteiras dos controles e
acompanhamentos internos, atingindo visões sobre o posisionamento da empresa e de
seus produtos no mercado e sobre as tendências de cenários que possam afetar as
decisões estratégicas.
A grande vantagem do uso dos conceitos da contabilidade gerencial decorre de
fatores como simplicidade, facilidade e agilidade que se tem na manipulação dos dados
financeiros e não financeiros, tornando possível a sua aplicação em vários segmentos da organização buscando informações para auxiliar a sua gestão, como é o caso do uso do ponto de equilíbrio, quando utilizado no processo de decisões de curto prazo.
Observou-se ao longo desse trabalho que as informações de caráter decisorial
proporcionadas pela aplicação dos conceitos de ponto de equilíbrio foram inúmeras e
que podem gerar grandes benefícios às organizações que convivem atualmente em um
mercado altamente competitivo, exigente e globalizado.
Portanto, percebe-se que o ponto de equilíbrio constitui-se em uma ferramenta
de grande utilidade no processo de gestão empresarial, e que mesmo apresentando
algumas limitações quanto a sua utilização como fonte de informações para a
organização, pode ser considerada imprescindível, dada a facilidade de sua aplicação
em vários tipos de cenários que o ambiente atual proporciona.




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Edmar José Zorzal é formado em Ciências Contábeis pela UFES, Funcionário da
Companhia Espírito Santense de Saneamento, onde atua como Gerente de
Controladoria, professor no Curso de Administração da Faculdade Novo Milênio,
mestre em engenharia da produção pela UFSC. E-mail: ezorzal@cesan.com.br

CUSTO x VOLUME x LUCRO ANÁLISE DE BREAK-EVEN-POINT



CUSTO x VOLUME x LUCRO
ANÁLISE DE BREAK-EVEN-POINT

Como vimos anteriormente, não existe custo ou despesa eternamente fixos; são, isso sim, fixos dentro de certos limites de oscilação da atividade a que se referem, sendo que, após tais limites, aumentam, mas não de forma exatamente proporcional, tendendo a subir em “degraus”. Assim, o custo com a supervisão de uma fábrica pode manter-se constante até que ela atinja, por exemplo, 50% da sua capacidade; a partir daí, provavelmente precisará de um acréscimo para conseguir desempenhar bem sua função.Alguns tipos de custos podem mesmo só se alterar se houver uma modificação na capacidade produtiva como um todo, sendo os mesmos de 0 a 100% da
capacidade, mas são exceções (como a depreciação, por exemplo).

Podemos verificar, como no exemplo dado pelo prof. Eliseu Martins, que uma planta parada, sem atividade alguma, já é responsável pela existência de alguns tipos de custos e despesas fixos (vigia, lubrificação das máquinas, depreciação etc.). Para colocá- la em condições de funcionamento, mesmo que a 10% da capacidade, já há um acréscimo abrupto desses custos (chefias, mestres, mecânicos, almoxarifes etc.). Talvez possa agüentar com essa estrutura até 20% da capacidade; aí, para aumentar um pouco mais, talvez precise de outros homens para a recepção de materiais, controle de qualidade, ferramentaria, entre outros que lhe podem provocar um acréscimo menor ou maior que a porcentagem de acréscimo do volume de produção. Em inúmeras empresas, os únicos custos realment e variáveis no verdadeiro sentido da palavra são as matérias-primas. Mesmo assim, pode acontecer de o grau de consumo delas, em algum tipo de empresa, não ser exatamente proporcional ao grau de produção.

Por exemplo, certas indústrias têm perdas no process amento da matéria-prima que, quando o volume produzido é baixo, são altas, tendendo a diminuir percentualmente quando a produção cresce. Pode a mão-de-obra direta, noutro exemplo, crescer à medida que se produz mais, mas não de forma exatamente proporciona l, devido à produtividade que tenderia a aumentar até certo ponto, para depois começar a cair. Se o pessoal tem oito horas para produzir 60 unidades, quando normalmente levaria seis para tal volume, provavelmente gastará as oito horas todas trabalhando de forma um pouco mais calma (se não estiver o volume por hora condicionado por máquinas).Se o volume passar para 80 unidades, trabalharão as mesmas oito horas; se for de 90 unidades, talvez levem pouco mais de nove horas, em função do cansaço,
que faz decrescer a produtividade.

O estudo das relações entre receita (vendas), despesas (custos) e renda líquida (lucro líquido) é denominado de análise de custo -volume-lucro. A análise de custo-volume-lucro propicia uma ampla visão financeira do processo de planejamento. Ela examina o comportamento das receitas totais, dos custos totais e do lucro à medida que ocorre uma mudança no nível de atividade, no preço de venda ou nos custos fixos.


Normalmente, os gerentes utilizam a análise custo-volume-lucro como uma ferramenta para auxiliá-los a solucionar questões do tipo: em quanto seriam afetados os custos e as receitas se vendêssemos 1.000 unidades a mais? Se aumentássemos ou diminuíssemos o preço de venda? Se expandíssemos o negócio para mercados no exterior? O cu sto-volume-lucro foi desenvolvido com o intuito de simplificar as hipóteses sobre os padrões de comportamento do custo e da receita.

A análise de custo-volume-lucro está baseada nas seguintes suposições:

1. Os custos totais podem ser divididos em uma part e fixa e em outra parte que é variável com relação ao nível de atividade.

2. O comportamento das receitas e dos custos totais é linear dentro de uma determinada faixa de atividade. O que significa dizer que os preços de venda são constantes dentro de uma determinada faixa de atividade; a produtividade é constante; e os custos dos insumos de produção também são constantes dentro da faixa de atividade considerada. Quando poderia se caracterizar a não - linearidade?

No caso das receitas, reduções no preço de v enda podem ser necessárias para elevar o volume das vendas a um nível mais alto. Da mesma forma, os custos variáveis unitários podem diminuir quando o nível de atividade aumentar. Isto ocorre à medida que os empregados vão aprendendo a manipular os processos mais eficientemente.

3. O preço de venda unitário, os custos variáveis unitários e os custos fixos são conhecidos.

4. A análise abrange tanto um único produto quanto supõe que um dado mix de receita de produtos permanecerá constante mesmo quando a quant idade total de unidades vendidas se alterar.

5. Todas as receitas e custos podem ser adicionados e comparados sem levar em consideração o valor do dinheiro no tempo.A análise de custo-volume-lucro pode ser usada para examinar como várias alternativas de simulação levadas em consideração por um tomador de decisão afetam o lucro operacional. O ponto de equilíbrio é, freqüentemente, um item de interesse nesta análise. Os gestores desejam evitar o estigma de obter um prejuízo. O ponto de equilíbrio é o nível de atividade em que as receitas totais e os custos totais se igualam, ou seja, onde o lucro é igual a zero. Portanto, o ponto de equilíbrio em unidades representa a quantidade mínima que a empresa deve vender para não apurar prejuízo, enquanto o ponto de equilíbrio em reais representa a receita de vendas mínima que a empresa deve auferir para não apurar prejuízo. Este tipo de análise é de grande importância tanto para empresas com fins lucrativos quanto para entidades sem fins lucrativos, em função de se v erificar como os custos variam em função do volume produzido e conseqüentemente o resultado auferido. Um ponto muito enfocado neste estudo e que merece destaque é a análise da margem de contribuição que representa a contribuição mínima de cada produto para cobrir todos os gastos fixos.



Para simplificar nosso entendimento, demonstraremos a seguir um exemplo de
apuração do ponto de equilíbrio:

Preço de Venda: $500/u
Custos e Despesas Variáveis: $350/u
Custos e Despesas Fixos: $600.000/mês
RT = (C + D)T
Quantidade x $500/u = Quantidade x $350/u + $600.000
Quantidade x ($500/u - $350/u) = $600.000

PONTO DE EQUILÍBRIO = $600.000 = 4.000 u/mês
($500/u - $350/u)

Em reais de Receitas Totais:
4.000 u/mês x $500/u = $2.000.000/mês
Com este volume de vendas, teremos como Custos e Despesas Totais:
Variáveis: 4.000 u x $350/u = $1.400.000
Fixos: $600.000
Total: $2.000.000
A partir da unidade de número 4.001, cada margem de contribuição unitária que
até aí contribuía para a cobertura dos custos e despesas fixos passa a c ontribuir
para a formação do lucro.

A análise do break-even-point serve ainda para determinarmos a quantidade que
uma empresa deve vender para apurar um certo nível de lucro. Para tanto, basta
adicionarmos ao numerador da equação do ponto de equilíbrio em unidades o
lucro antes do imposto de renda (LAIR) desejado:

Dando seqüência ao exemplo acima, demonstraremos a quantidade que aquela
empresa deverá vender para apurar um lucro líquido de $15.000/mês:
Preço de Venda: $500/u
Custos e Despesas Variáveis: $350/u
Custos e Despesas Fixos: $600.000/mês
Lucro Líquido: $15.000/mês
Alíquota de Imposto de Renda: 25%

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO:



MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO:

No custeio variável, todos os custos e despesas variáveis (inclusive as despesas de vendas e administração) são deduzidas da Recita de Vendas, embora as despesas variáveis não façam parte do custo do produto, resultando em Margem de Contribuição.
A margem de contribuição representa o valor que cobrirá os Custos e Despesas fixos da empresa e proporcionará o lucro.

Fórmula:
MC = RV – CV. Formula : MC/u = PV/u – CV/u
MC = Margem de Contribuição MC/u = Margem de Contribuição unitária
RV = Vendas Totais (receita) PV/u = Preço de Venda Unitário
CV = Custos Variáveis Total. CV/u = Custos Variável Unitário

Margem de Contribuição é um conceito de extrema importância para o custeio variável e para a tomada de decisões gerenciais. Em termos de produtos, a margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis.

RELAÇÃO DE CUSTO / VOLUME / LUCRO

A relação custo/volume/lucro é a relação que o volume de vendas tem com os custos e lucros.
O planejamento do lucro exige uma compreensão das características dos custos e de seus comportamentos em diferentes níveis operacionais.
A relação entre os custos e as receitas em diferentes níveis de atividades pode ser representada gráfica ou algebricamente.
A demonstração de resultado do exercício reflete o lucro somente em determinado nível das vendas, não se prestando à previsão de lucros em diferentes níveis de atividade.

PONTO DE EQUILÍBRIO

A empresa está no ponto de equilíbrio quando ela não tem lucro nem prejuízo; nesse ponto, as receitas totais são iguais aos custos totais ou despesas totais.
RT = Receita Total
CT = Custo Total
CDT = Custos + Despesas Totais
CDF = Custos + Despesas Fixas Totais
CDV = Custos + Despesas Variáveis
PE(q) = Ponto de Equilíbrio em Quantidades.
Mcu = Margem de contribuição Unitária
PV = Preço de Venda da Unidade
Q = Quantidade
RT = CT
Pv x Q = CDV x CDF
Pv x Q – CDV x Q = CDF
Q (Pv – CDV) = CDF
PE (q) = CDF e PE (valor) = CDF
Mcu Índice ( MC/PV)

PONTO DE EQUILÍBRIO.

A empresa está no ponto de equilíbrio quando ela não tem lucro ou prejuízo; nesse ponto, as receitas totais são iguais aos custos totais ou despesas totais.
A análise d Ponto de Equilíbrio é fundamental nas obrigações referentes a investimentos, nos planejamentos de controle do lucro, no lançamento ou corte de produtos e para análise das alterações do preço de venda, conforme o comportamento do mercado.
Cálculo Algébrico do Ponto de Equilíbrio:
RT= Receita Total PE (q) = Ponto de Equilíbrio em Quantidades
CT= Custo Total MC u = Margem de Contribuição Unitária.
CDT = Custos + Despesas Totais PV = Preço de venda em Unidade
CDF= Custos + Despesas Fixas Totais Q = Quantidade
CDV = Custos + Despesas Variáveis
RT = CT
PV x Q = CDV x CDF
PV x Q – CDV x Q = CDF
Q (PV – CDV) = CDF
Q (Mcu) = CDF
PE (q) = CDF e PE (valor) CDF
Mcu índice MC/PV

PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO.

-PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL (PEC): O Ponto De Equilíbrio Contábil (PEC) É obtido quanto há volume (monetário ou físico) suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas, ou seja, o ponto em que não há lucro ou prejuízo contábil. É o ponto de igualdade entre a Receita Total e o Custo Total. PEC= CDFT
MC
-PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO (PEE): O Ponto De Equilíbrio Econômico (PEE) ocorre quando existe lucro na empresa e este busca comparar o lucro da empresa em relação à taxa de atratividade que o mercado financeiro oferece ao capital investido. PEE= CDFT + Custo de Oportunidade
MC
-PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO (PEF): O Ponto De Equilíbrio Financeiro (PEF) é representado pelo volume de vendas necessárias para que a empresa possa cumprir com seus compromissos financeiros.
Nem todos os custos de produção representam desembolsos. Desta forma, os resultados contábeis e econômicos não são iguais aos financeiros. PEF = CDFT – Despesas não Desembolsáveis
Mcu

Aplicação da análise custo-volume-lucro em empresas agrícolas: um estudo de caso

Aplicação da análise custo-volume-lucro em empresas agrícolas:
um estudo de caso. ¹
Keila Cristina Martins ²
Frederico Mendes ³


Resumo
O objetivo do trabalho é demonstrar a aplicação dos conceitos da análise custo-
volume-lucro (CVL) no processo decisório de empresas agrícolas. Para tal, foi
efetuado um estudo de caso na empresa Cia Mineira de Metais Agroflorestal (CMM-
AGRO), durante a pesquisa foi considerado que a relação custo-volume-lucro irá
depender de muitos fatores, da tendência de longo prazo das vendas, a flutuação
ano a ano no nível de atividade e o comportamento dos proprietários no que diz
respeito aos riscos quanto à qualidade e fertilidade do solo, se são por conta
própria, financiada, qual a distância da área até a cidade ou o ponto de descarga,
qual a disponibilidade de maquinário, de implementos e de estrutura da sede, qual a
quantidade e qualificação dos funcionários, como será feito o transporte e
principalmente a tecnologia aplicada. Finalmente concluiu-se que, de fato, a análise
CVL pode contribuir para a gestão de custos em empresas rurais.
Palavras-chaves
Relação custo-volume-lucro, empresas agrícolas e gestão de custos


1. INTRODUÇÃO
A análise de custos na atividade agrícola é de extrema relevância como
ressalta Marion (2002, p.23) “a agricultura será tão mais próspera quanto maior for
o domínio que o homem venha a ter sobre o processo de produção, que obterá a
medida do conhecimento das técnicas de execução e gerência”. Custos agrícolas
são aqueles a que se referem as atividades das lavouras, compreendendo os
gastos feitos para que se consiga realizar a preparação da terra, o plantio, a
manutenção da lavoura até o ponto de colheita.

Ainda quanto à relevância da gestão de custos, Marion enfatiza que (2002,
p. 130):
[...] a análise do custo de produção é um dos meios de conhecer alguns
fatores que estejam prejudicando a rentabilidade econômica da
exploração agrícola. Desta forma, o custo de produção permite
diagnosticar problemas através da análise de sua composição, bem
como concluir sobre a situação do rendimento da atividade.

Nesse sentido, as relações custo-volume-lucro contribuem para a tomada de
decisões. Informações como margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem
de segurança são fundamentais para o processo de planejamento do lucro.
No caso da atividade agrícola, decisões como a área a ser plantada, o
preço de venda e estrutura de custos devem ser tomadas a partir das análises
provenientes das análises custo-volume-lucro.
Tendo como foco a aplicação desta relação CVL, um estudo de caso na empresa
Cia Mineira de Metais do Grupo Votorantin, poder-se-á utilizar dessa ferramenta
para tomada de decisões mais precisas e seguras. Nesse sentido, a questão da
pesquisa é: Como a análise custo-volume-lucro pode contribuir para o processo
decisório de empresas agrícolas?

O objetivo principal deste trabalho é demonstrar a aplicação dos conceitos
da análise custo-volume-lucro no processo decisório de empresas agrícolas. Para
tal, será necessário cumprir os seguintes objetivos específicos:
V Apresentar a base conceitual da análise custo-volume-lucro;
V Demonstrar a aplicação desses conceitos na empresa analisada: CMM-
AGRO;
V Determinar o volume mínimo de produção suficiente para cobrir os custos
totais (fixos e variáveis) e contribuir para o lucro.
A classificação da pesquisa é dada pelos critérios propostos por Silva
(2001): do ponto de vista de sua natureza será uma pesquisa básica, pois objetiva
gerar conhecimentos sem a aplicação prática. Em relação à abordagem do
problema, considerar-se-á como sendo qualitativa, uma vez que o ambiente
natural é a fonte básica para coleta de dados. E, por ter como procedimento
técnico o levantamento bibliográfico e proporcionar maior familiaridade com o
problema, se apresentará, do ponto de vista de seus objetivos, como uma
pesquisa exploratória.

2. Gestão Estratégica de Custos
Nesta seção será, inicialmente efetuada uma revisão da conceituação básica da
contabilidade de custos para dar suporte à ênfase deste trabalho, da analise
custo-volume-lucro.

3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. Conceituação básica contabilidade de custos
3.1.1. Finalidade da Custos
3.1.2 Breve Histórico

De acordo com Martins (2001, p. 23)

[...] Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando
da necessidade de avaliar estoques na indústria,tarefa que era fácil na
empresa típica da era do mercantilismo. Seus princípios derivam dessa
finalidade primeira, e por isso, nem sempre conseguem atender
completamente a suas outras duas mais recentes e provavelmente
importantes tarefas: controle e decisão.


A contabilidade de custos desempenha um papel relevante na identificação da
estrutura de custos da empresa, pois esta contribui para a estratégia da empresa,
sendo fator diferencial de competitividade entre as empresas.
Segundo Leone (2000, p.19):
[...] a contabilidade de custos se destina a produzir informações para os
diversos níveis gerenciais de uma entidade ,como auxílio às funções de
determinação de desempenho, de planejamento e controle das
operações e de tomada de decisões.
Identificar e quantificar as atividades que compõem o processo de produção na
organização é função da contabilidade de custos.
Segundo Koliver (Cap.16 p15 2003 apud SILVA, 2005):
[...] a contabilidade de custos é a parte da Contabilidade que trata da
fundamentação teórica doutrinária, das técnicas, métodos
e
procedimentos utilizados na apreensão, classificação e avaliação das
mutações patrimoniais que ocorrem no ciclo operacional interno das
entidades, com vista à correta delimitação dos agregados de valores
relativos a bens ou serviços produzidos e às funções exercidas na
entidade, durante determinado período de tempo.



4. RELAÇÕES CUSTO-VOLUME-LUCRO

4.1 A análise custo-volume-lucro (CVL) é um item relevante para a gestão
empresarial. De acordo com Garrison (2001, p. 163):

[...] a análise custo–volume-lucro é uma das ferramentas mais
eficientes de que os administradores dispõem. Ela nos ajuda a entender
a inter-relação entre custo, o volume e o lucro de uma organização. Uma
vez que a análise de CVL ajuda os gestores a compreender as inter-
relações entre custo, volume e lucro, ela é considerada um instrumento
vital em muitas decisões empresariais, como, por exemplo, quais
produtos fabricar ou vender, qual política de preços a seguir, qual
estratégia de mercado adotar e que tipo de instalações produtivas
adquirir.

4.1.1 Equação do Lucro
As formulas de CVL podem ser utilizadas para determinar o volume
necessário de vendas para atingir uma meta de lucro. Para que possa
entender essa equação é preciso que se conheça o conceito das fórmulas
utilizado.
L = MC X Q – CF
4.1.2 Margem de Contribuição:
Para Garrison (2001, pg. 164 e165):
[...] a margem de contribuição é o que resta da receita de vendas após a
dedução das despesas variáveis. Assim, ela é o montante disponível
para cobrir as despesas fixas e, em seguida prover os lucros – a margem
de contribuição é utilizado primeiro para cobrir as despesas fixas e,
depois, o que sobra vai para os lucros. A margem de contribuição como
porcentagem das vendas denomina-se como margem de contribuição
percentual,
e
é
calculada
do
seguinte
modo:
Vendas
ão
Contribuiç
de
Margem
MC% =
.
Esta formulação ainda é detalhada pelo autor: MC = RT - (CV + DV);
em que:
MC = Margem de Contribuição;
RT = Receita Total;
CV = Custos Variáveis;
DV = despesas variáveis;

4.1.3 Custo Fixo
É aquele cujo total permanece constante, independemente das alterações no
nível da atividade, os custos fixos não são afetados pelas alterações da
atividade. (GARRISON, 2001, p.37).

4.2 Ponto de Equilíbrio
É o valor das vendas que permite a cobertura dos gastos totais
(custos, despesas fixas e despesas variáveis). Neste ponto, os gastos são
iguais à receita total da empresa, ou seja, a empresa não apresenta lucro nem
prejuízo.
Normalmente faz-se as seguintes perguntas: - Quanto terei que faturar para
conseguir pagar os meus custos, despesas fixas e variáveis?- Quais as
quantidades que terei que produzir/vender para poder ter lucro? O ponto de
equilíbrio é que vai definir e esclarecer essas dúvidas. Tem-se duas formas de
determinar o ponto de equilíbrio: ( PONTO...)

1- Através do volume de vendas;
PE = (CF + L) / MC
ou
PE = ( DF/MC) X VT
PE = Ponto de equilíbrio
VT = Vendas Totais
DF = Despesas Fixas
MC = Margem de contribuição
CF = Custo Fixo

4.2.1 Ponto de Equilíbrio com Mais de Um Produto
De acordo com Maher (2001, p. 448-449):
[...] os administradores muitas vezes pressupõem que os produtos são
fabricados e vendidos em determinada combinação, e calculam o ponto
de equilíbrio ou o volume desejado de acordo com dois métodos,
combinação fixa de produtos ou margem de contribuição ponderada.

4.3 Margem de Segurança
Margem de Segurança é o excesso das vendas reais sobre o volume de
vendas no ponto de equilíbrio. Ela estabelece quanto às vendas podem cair antes
de começarem a ocorrer prejuízo (GARRISON, p.171).
Margem de Segurança = Vendas reais - Vendas no ponto de Equilíbrio


(...)

7. CONCLUSÃO
O trabalho discutiu a relevância da análise custo-volume-lucro no processo de
planejamento de uma empresa rural. No caso analisado, a empresa apresenta
uma área plantada muito abaixo do ponto de equilíbrio.
O objetivo geral do trabalho foi alcançado uma vez que foi demonstrado como a
análise custo-volume-lucro pode contribuir para a gestão estratégica de custos em
empresas rurais.
Como sugestão de trabalhos futuros, o risco inerente à produtividade da lavoura
poderia ser considerado. Por exemplo, quando a empresa informa que a
produtividade de um hectare de feijão é de 50 sacas, tal quantidade é uma média.
Deve-se utilizar modelos probabilísticos para se apurar um provável ponto de
equilíbrio.
Além disso, existem modelos matemáticos chamados de pesquisa operacional
que calculam a área de cada lavoura que otimiza o resultado, definidas as
restrições.




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