domingo, 12 de outubro de 2008

CUSTO x VOLUME x LUCRO ANÁLISE DE BREAK-EVEN-POINT



CUSTO x VOLUME x LUCRO
ANÁLISE DE BREAK-EVEN-POINT

Como vimos anteriormente, não existe custo ou despesa eternamente fixos; são, isso sim, fixos dentro de certos limites de oscilação da atividade a que se referem, sendo que, após tais limites, aumentam, mas não de forma exatamente proporcional, tendendo a subir em “degraus”. Assim, o custo com a supervisão de uma fábrica pode manter-se constante até que ela atinja, por exemplo, 50% da sua capacidade; a partir daí, provavelmente precisará de um acréscimo para conseguir desempenhar bem sua função.Alguns tipos de custos podem mesmo só se alterar se houver uma modificação na capacidade produtiva como um todo, sendo os mesmos de 0 a 100% da
capacidade, mas são exceções (como a depreciação, por exemplo).

Podemos verificar, como no exemplo dado pelo prof. Eliseu Martins, que uma planta parada, sem atividade alguma, já é responsável pela existência de alguns tipos de custos e despesas fixos (vigia, lubrificação das máquinas, depreciação etc.). Para colocá- la em condições de funcionamento, mesmo que a 10% da capacidade, já há um acréscimo abrupto desses custos (chefias, mestres, mecânicos, almoxarifes etc.). Talvez possa agüentar com essa estrutura até 20% da capacidade; aí, para aumentar um pouco mais, talvez precise de outros homens para a recepção de materiais, controle de qualidade, ferramentaria, entre outros que lhe podem provocar um acréscimo menor ou maior que a porcentagem de acréscimo do volume de produção. Em inúmeras empresas, os únicos custos realment e variáveis no verdadeiro sentido da palavra são as matérias-primas. Mesmo assim, pode acontecer de o grau de consumo delas, em algum tipo de empresa, não ser exatamente proporcional ao grau de produção.

Por exemplo, certas indústrias têm perdas no process amento da matéria-prima que, quando o volume produzido é baixo, são altas, tendendo a diminuir percentualmente quando a produção cresce. Pode a mão-de-obra direta, noutro exemplo, crescer à medida que se produz mais, mas não de forma exatamente proporciona l, devido à produtividade que tenderia a aumentar até certo ponto, para depois começar a cair. Se o pessoal tem oito horas para produzir 60 unidades, quando normalmente levaria seis para tal volume, provavelmente gastará as oito horas todas trabalhando de forma um pouco mais calma (se não estiver o volume por hora condicionado por máquinas).Se o volume passar para 80 unidades, trabalharão as mesmas oito horas; se for de 90 unidades, talvez levem pouco mais de nove horas, em função do cansaço,
que faz decrescer a produtividade.

O estudo das relações entre receita (vendas), despesas (custos) e renda líquida (lucro líquido) é denominado de análise de custo -volume-lucro. A análise de custo-volume-lucro propicia uma ampla visão financeira do processo de planejamento. Ela examina o comportamento das receitas totais, dos custos totais e do lucro à medida que ocorre uma mudança no nível de atividade, no preço de venda ou nos custos fixos.


Normalmente, os gerentes utilizam a análise custo-volume-lucro como uma ferramenta para auxiliá-los a solucionar questões do tipo: em quanto seriam afetados os custos e as receitas se vendêssemos 1.000 unidades a mais? Se aumentássemos ou diminuíssemos o preço de venda? Se expandíssemos o negócio para mercados no exterior? O cu sto-volume-lucro foi desenvolvido com o intuito de simplificar as hipóteses sobre os padrões de comportamento do custo e da receita.

A análise de custo-volume-lucro está baseada nas seguintes suposições:

1. Os custos totais podem ser divididos em uma part e fixa e em outra parte que é variável com relação ao nível de atividade.

2. O comportamento das receitas e dos custos totais é linear dentro de uma determinada faixa de atividade. O que significa dizer que os preços de venda são constantes dentro de uma determinada faixa de atividade; a produtividade é constante; e os custos dos insumos de produção também são constantes dentro da faixa de atividade considerada. Quando poderia se caracterizar a não - linearidade?

No caso das receitas, reduções no preço de v enda podem ser necessárias para elevar o volume das vendas a um nível mais alto. Da mesma forma, os custos variáveis unitários podem diminuir quando o nível de atividade aumentar. Isto ocorre à medida que os empregados vão aprendendo a manipular os processos mais eficientemente.

3. O preço de venda unitário, os custos variáveis unitários e os custos fixos são conhecidos.

4. A análise abrange tanto um único produto quanto supõe que um dado mix de receita de produtos permanecerá constante mesmo quando a quant idade total de unidades vendidas se alterar.

5. Todas as receitas e custos podem ser adicionados e comparados sem levar em consideração o valor do dinheiro no tempo.A análise de custo-volume-lucro pode ser usada para examinar como várias alternativas de simulação levadas em consideração por um tomador de decisão afetam o lucro operacional. O ponto de equilíbrio é, freqüentemente, um item de interesse nesta análise. Os gestores desejam evitar o estigma de obter um prejuízo. O ponto de equilíbrio é o nível de atividade em que as receitas totais e os custos totais se igualam, ou seja, onde o lucro é igual a zero. Portanto, o ponto de equilíbrio em unidades representa a quantidade mínima que a empresa deve vender para não apurar prejuízo, enquanto o ponto de equilíbrio em reais representa a receita de vendas mínima que a empresa deve auferir para não apurar prejuízo. Este tipo de análise é de grande importância tanto para empresas com fins lucrativos quanto para entidades sem fins lucrativos, em função de se v erificar como os custos variam em função do volume produzido e conseqüentemente o resultado auferido. Um ponto muito enfocado neste estudo e que merece destaque é a análise da margem de contribuição que representa a contribuição mínima de cada produto para cobrir todos os gastos fixos.



Para simplificar nosso entendimento, demonstraremos a seguir um exemplo de
apuração do ponto de equilíbrio:

Preço de Venda: $500/u
Custos e Despesas Variáveis: $350/u
Custos e Despesas Fixos: $600.000/mês
RT = (C + D)T
Quantidade x $500/u = Quantidade x $350/u + $600.000
Quantidade x ($500/u - $350/u) = $600.000

PONTO DE EQUILÍBRIO = $600.000 = 4.000 u/mês
($500/u - $350/u)

Em reais de Receitas Totais:
4.000 u/mês x $500/u = $2.000.000/mês
Com este volume de vendas, teremos como Custos e Despesas Totais:
Variáveis: 4.000 u x $350/u = $1.400.000
Fixos: $600.000
Total: $2.000.000
A partir da unidade de número 4.001, cada margem de contribuição unitária que
até aí contribuía para a cobertura dos custos e despesas fixos passa a c ontribuir
para a formação do lucro.

A análise do break-even-point serve ainda para determinarmos a quantidade que
uma empresa deve vender para apurar um certo nível de lucro. Para tanto, basta
adicionarmos ao numerador da equação do ponto de equilíbrio em unidades o
lucro antes do imposto de renda (LAIR) desejado:

Dando seqüência ao exemplo acima, demonstraremos a quantidade que aquela
empresa deverá vender para apurar um lucro líquido de $15.000/mês:
Preço de Venda: $500/u
Custos e Despesas Variáveis: $350/u
Custos e Despesas Fixos: $600.000/mês
Lucro Líquido: $15.000/mês
Alíquota de Imposto de Renda: 25%

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